

Marques Mendes, do alto do púlpito da demagogia, gritou que Passos Coelho soube ouvir o povo ao retirar a TSU. Mendes quer a todo o custo remediar o que não tem conserto e tirar dividendos para o PSD daquela massa humana que dá pelo nome de Povo. Se Passos governasse para o Povo, nunca apresentaria tais medidas de austeridade. Passos, foi sim, obrigado a recuar…até segunda-feira. Passos Coelho e uma grande maioria do PSD e CDS têm uma visão muito estreita de Democracia. Para eles a Democracia esgota-se na urna. Mas Democracia vai para além do voto, e no dia 15 de setembro a resposta foi dada.
Bem pode Passos e Portas escudarem-se na legitimidade eleitoral e proclamarem a estabilidade governativa. Não há estabilidade em qualquer parte do mundo quando os direitos estreitam e a fome aumenta. Existe sim, por parte de Passos e Portas a estabilidade do tacho. E a memória por vezes é curta, mas todos nós nos lembramos o que Passos e Portas prometeram nas eleições. O contrário do que praticam. Em política a mentira é antagónica da legitimidade.
E como lobo vestido de coelho, veio agora Passos anunciar as alternativas à TSU. Alternativas do mesmo. Fez-me lembrar aqueles quatro velhotes que jogam à sueca e que são mestres na arte do macete. Baralham de forma a ficar tudo na mesma. Consigo mesmo imaginar uma suecada entre Passos, Portas, Gaspar e Relvas. Passos é batoteiro, Portas está sempre à espreita, Gaspar rouba nos pontos e Relvas não percebe as regras mas usará o popular jogo para uma qualquer equivalência.
Portugal não pode continuar agarrado a incompetentes, mentirosos, insensíveis e a jogadas de bastidores. Estamos à beira do fim. Venha a vassoura por favor.