
Rua do Comércio. Sem comércio. Moribunda esperando pela morte que espreita a cada esquina, a cada montra, a cada balcão. E nas fotografias de Nuno Veiga somos transportados ao passado e levados a adivinhar o que terá sido aquela rua e todas as ruas do Alentejo. Vemos a menina com sua mãe a comprar vestidos de chita. Agrários sentados no café Alentejano e a praça repleta de camponeses, recrutados por uma moeda para desventrar a terra. Podemos ver o ardina com a notícia da revolução. A camponesa a comprar os livros da escola agora obrigatória para os seus filhos. E no café Alentejano as mesas, as chávenas e a palavra livre são de todos e para todos. Na praça vende-se gelados e balões.
Podemos ver o Alentejo nas fotografias de Nuno Veiga. Rostos de rugas teimosas, a teimosia da sobrevivência impõe-se à razão do mercado. Ou a teimosia da saudade. Já não há balões nem gelados. Tantas vezes sonhados e depois concretizados. Agora temos ruas vazias de lojas vazias. E bem lá no alto temos a placa que diz Rua do Comércio Antiga Rua da Cadeia. Talvez seja tempo de voltar ao nome antigo neste tempo da prisão da felicidade.
fotografia de Nuno Veiga
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