

Durante a minha rebeldia de adolescente por vezes apanhava uns puxões de orelhas dos meus pais. Numa dessas chamadas à consciência e à razão, o meu pai disse-me uma frase que me marcou e marca em tudo o que faço; construir é muito difícil, destruir é muito fácil.
Talvez o 121212 seja um bom exemplo para a frase do meu pai. Existem sempre os que se lamentam e os destruidores. Mas existirão sempre os construtores. Os doze obreiros desta luta contra a maré que é o projecto 121212, só querem construir uma narrativa de imagens que para além dos píxeis, sinceramente isso é redutor, seja uma narrativa social, política (na verdadeira nobreza da palavra) e histórica. Que morda e que faça pensar. Que seja Fotografia em toda a sua plenitude.
Somos doze. Podíamos ser dois, vinte, cinquenta ou setenta e oito. Muitos nomes fazem falta ao 121212. Companheiros de estrada e de empurrão. Mas foram estes os desafiados. Desafiados a produzirem um trabalho exemplar que honre a Fotografia. Fotografia sem dono nem sábios, mas de obreiros incansáveis no olhar e no coração.
Estamos a caminho. A trabalhar. E obrigado a todos os abraços e a todos os incentivos que temos vindo a receber, como o ciclista recebe quando teimosamente trepa a montanha. Estamos cá. E no dia doze, do doze, de dois mil e doze cortaremos a meta de pé.
[fotografias de Lara Jacinto e José Manuel Ribeiro]
Guarda um desses (livros) para mim. É uma encomenda!
Abraço,
nelson d’aires