
Os homens parecem bonecos articulados em frente à massa de fogo que corre livremente. Vasco enfrenta também o fogo. Está ombro a ombro com os combatentes de labaredas. Mais uma vez o jornal Público [22.07.2012] coloca na primeira página uma fotografia dos 12. Vasco Célio.
Conheço o Vasco há muitos anos. É um resistente. Poderia, como muitos, ter apanhado o comboio na estação de Faro rumo a Lisboa. Mas não. Foi teimoso. Quis ficar. E assim, lutar contra a centralidade e afirmar-se como um grande fotógrafo algarvio. Ainda bem que Vasco não se juntou ao rebanho da capital. Ganhou ele e ganhámos todos nós, apaixonados por esta coisa que é a fotografia. Vasco é a prova que existe caminhos alternativos.
Mas o Vasco também é a prova que os doze que formam o 12, foram bem escolhidos. Contratados. São fotógrafos todo o terreno, informados, atentos e que estão lá, no ministro, no buraco ou no incêndio. São subtis no olhar e rápidos no pensamento. Os 12 não estão a fotografar para um livro. Os 12 fotografam todos os dias para muitos livros, os da imaginação, da informação, da emoção e com o coração.
O Vasco é um deles.
fotografia de Vasco Célio