A Onda do Cento e Sessenta e Seis

Nas eleições autárquicas fui a um comício de Luís Filipe Menezes. No fim chamei um táxi. Veio o cento e sessenta e seis. O taxista, homem pequeno e de bigode, falava tanto que quase não acelerava ou quase se esquecia de travar.

Para ele Luís Filipe Menezes era o maior. Toda a sua família ia votar nele. Era tamanha a obra do autarca que eu nem acreditava. Confessou-me o falador taxista que quando pela manhã saía de casa a sua rua cheirava a perfume. Menezes perfumava as ruas. Fiquei incrédulo com o charme do Presidente.

Na sexta-feira depois da arruada de Manuel Alegre por Santa Catarina chamei um táxi. Veio o cento e sessenta e seis. Quase desesperei. Antes de desejar boa tarde, afirmei que estava com imensa pressa. Avisou-me o falador taxista que o trânsito estava caótico, pois andava aí o Alegre. Sabia eu que a arruada de Alegre não deu para entupir os passeios quanto mais o trânsito. O taxista começou logo a sua palestra.

Confessou-me que ele e toda a sua família ia votar naquele da AMI que fez muito por Viana do Castelo. Fiquei calado e com dúvidas. O homem pequeno e de bigode continuou no seu discurso. Para minha felicidade os ruídos parasitas do velho Ford eram suficientes para quase não o ouvir.

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