
O telefone tocou. Do outro lado uma voz alegre. Fui classificada com Muito Bom, Para o próximo mês já estou noutro escalão. Parabéns, Beijos.
Desliguei e sorri para mim. Valeu a pena a luta. A luta de todos.
Paula é uma excelente professora. Ensina a ler. A escrever. A contar. A brincar. Com gosto. Empenho. Trabalho. Muito trabalho. Numa sala de aula fria e com crianças em excesso a esperança não morre. São os seus filhos. E Paula semeia sem se cansar. Cultiva a força de ensinar e acarinhar.
Houve um tempo que quase quebrou. O tempo de Lurdes. Mas quando a campainha gritava e a porta da sala se abria, Paula esquecia esse tempo e entregava todo o seu tempo a eles, os seus alunos.
Agora já sinto novamente a Paula sorrir. Lurdes perdeu o seu tempo. Para sempre.
Paula é a minha mulher. A minha algarvia. Conhecemo-nos com uma panela de sangria entre os dois. Já lá vão quase duas décadas. É calma. Sou neurótico. É ponderada. Sou impulsivo. É bonita. Já parti alguns espelhos. Apaixonou-se por mim. Apaixonei-me por ela. Já lá vão quase duas décadas.
De soslaio gosto de olhar para ela. Ela sabe. Provoca. Para mim amor escreve-se com P de Paula.
Ensinaram -me que os pólos opostos se atraíam, nunca liguei muito e pensava que só acontecia na seca das aulas de química.
A vida ensinou-me que não tinha razão, na química o meu oposto chama-se Adriano Miranda.
Mágicas
Um sorriso para ambos!!! 🙂