Sr. Jerónimo

Tenho a sorte de perceber mais de política do que de futebol, o que no nosso país nem sempre é uma grande vantagem. Também sei que quanto mais me esforço para entender a política caseira, mais confuso e desiludido fico. Mas apesar de desiludido procuro forças para não me desinteressar.

Sei que o meu futuro e o dos meus filhos dependem dos homens fazedores de política. Mas também nós, os receptores dessa política temos uma palavra a dizer, nem que seja no dia de votar. Nunca ponderei deixar de o fazer. E como no domingo não quero brincar aos votos, demorei a decidir em quem votar. Perdi horas, ou ganhei horas, em frente da televisão a ver os debates. Li jornais. Vi telejornais. Vi os Gatos Fedorentos. Mas também confesso que mandei logo reciclar os papéis do Portas e da Manuela que teimosamente me iam depositando na caixa de correio. Não votar na Direita é ponto de honra.

Estes últimos quatro anos foram terríveis aqui em casa. Os juros a aumentar. O desemprego sempre à espreita a cada mês que passava. E se já não bastava, a minha mulher é Professora… Poderá imaginar o que pensamos do José.

Mas o voto não se decide só porque se assiste ao agitar das bandeiras para as câmaras de televisão em quinze dias de campanha. É necessário não perder a memória. Eu sei que não apareceu só agora a defender o povo. Sempre o tem feito. Mas esta campanha eleitoral demonstrou que é caloroso, emotivo, expressivo, sincero, espontâneo, coerente, genuinamente português como disse Luís Delgado na SIC.

Um amigo disse-me Que se lixe o Marxismo, eu gosto do Jerónimo e vou votar nele. Talvez eu não deite totalmente fora o trabalho do filósofo do século XIX, mas concordo com ele.

Sr. Jerónimo, (como é bom tratá-lo por Sr. e não por Dr. ou Eng.) domingo o meu voto será seu. E o da Professora revoltada também…

Obrigado por ser do povo. Não nos desiluda.

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5 comments

  1. Não votei nele. Para mim, não votar na esquerda é também um ponto de honra. Sou, se quiserem, do centro. Mas para lá das orientações ideológicas de cada um, partilho com o Adriano valores que, felizmente, estão bem acima das querelas partidárias, como a democracia responsável ou a justiça, por exemplo. Valores que não são de esquerda, nem do centro, nem de direita. São universais e supra-partidários. E na defesa intransigente destes princípios, como em muitas outras coisas, o ‘Sr.’ Adriano é grande e genuíno. A acuidade do seu olho fotográfico, para quem o não conheça pessoalmente, é tão transparente e cristalino como o pulsar do seu coração. Acho que está tudo dito.

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