Ontem comi bacalhau com grão. Ao sentir o gosto intenso do azeite fui ver a sua origem. Era português. Olhei para a mesa da cozinha e lembrei-me que é italiana. Levantei o prato e vi que era espanhol. As batatas eram chilenas e o grão português. Os ovos eram da minha capoeira. O sumo dos meus filhos era polaco e o meu café colombiano. As maçãs eram francesas e os morangos espanhois. Levantei a toalha que era do vietname e coloquei toda a loiça na máquina de lavar que é alemã. Para aconchegar o estômago comi uma bolachita que era checa e deitei para o lixo alguns dentes de alho que eram, imagine-se, chineses!!
Alhos de uma qualquer cooperativa de produção socialista da popular china, comprados numa qualquer grande superfície de um portugal capitalista. Sentei-me no sofá a pensar na porra dos alhos e vi com os olhos em bico, José Sócrates na Rússia com uma foice e um martelo por trás e Jerónimo de Sousa de gravata na Grande Entrevista.
Não admira que os alhos sejam chineses!

A máquina, a lente, o cartão e as pilhas? Certamente não vieram da fábrica da Leica de Famalicão. 😀